25/10/2024
O uso excessivo de medicamentos em crianças pode trazer uma série de complicações à saúde, sendo fundamental que pais e cuidadores estejam bem-informados sobre os riscos envolvidos. Quando administrados sem a devida orientação médica, remédios podem causar intoxicações, mascarar sintomas importantes e até mesmo prejudicar órgãos vitais. "A automedicação infantil é um risco sério, pois as crianças são mais sensíveis aos efeitos dos medicamentos do que os adultos", alerta Luciano Ferreira Maia, diretor educacional do Colégio Londrinense, de Londrina (PR). A conscientização sobre esses perigos é essencial para garantir um tratamento seguro e adequado para os pequenos.
A intoxicação é um dos principais problemas quando se trata do uso excessivo de medicamentos em crianças. Esse quadro pode ocorrer devido a erros na dosagem, como a administração de uma quantidade maior do que a prescrita, ou pela repetição desnecessária de determinados remédios. Antitérmicos e analgésicos, por exemplo, podem sobrecarregar o fígado quando usados em excesso, enquanto tranquilizantes têm potencial para afetar os rins. Esses danos, muitas vezes, são difíceis de reverter, tornando crucial o controle rigoroso na administração de medicamentos.
Outro impacto significativo do uso frequente e desnecessário de remédios é a possibilidade de mascarar sintomas de doenças mais graves. Medicamentos que aliviam a dor ou a febre podem dar a falsa impressão de que a criança está melhor, enquanto o problema de saúde que originou os sintomas continua evoluindo. Isso pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado, resultando em complicações que poderiam ser evitadas com uma avaliação médica precoce. Luciano Ferreira Maia também ressalta que "o cuidado na administração de medicamentos é parte do compromisso de zelar pela saúde e bem-estar das crianças".
Além dos riscos físicos, a administração inadequada de antibióticos pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana. Quando utilizados de forma incorreta, os antibióticos podem não eliminar completamente as infecções, contribuindo para o surgimento de bactérias resistentes. Isso torna as infecções futuras mais difíceis de tratar e coloca em risco a eficácia dos medicamentos em casos em que eles são realmente necessários. Por isso, é essencial que o uso de antibióticos seja sempre feito de acordo com a prescrição médica e nas doses corretas.
Para evitar esses problemas, é importante que os pais mantenham uma postura preventiva em relação ao uso de medicamentos. A consulta a um pediatra antes de administrar qualquer remédio é a primeira medida para garantir a segurança da criança. Além disso, ler a bula, entender as dosagens recomendadas e utilizar seringas dosadoras ou copos medidores são passos fundamentais para evitar erros. A observação cuidadosa após a administração do medicamento também é essencial, pois reações alérgicas podem surgir mesmo com remédios considerados comuns.
A organização da farmacinha infantil também merece atenção. Manter apenas os medicamentos prescritos pelo médico e armazená-los fora do alcance das crianças são cuidados simples, mas que podem prevenir acidentes sérios. Lembrar que nem todos os remédios são apropriados para o uso infantil e respeitar as orientações médicas ajudam a proteger a saúde dos pequenos e a evitar complicações decorrentes do uso inadequado de medicamentos. Para saber mais sobre remédios para crianças, visite https://oglobo.globo.com/saude/saiba-quais-sao-os-riscos-de-usar-remedios-em-criancas-sem-orientacao-pediatrica-5106276 e https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/perigos-da-automedicacao-em-criancas.htm